7.
Dimensionar
a vida por aquela estrela,
trilhando
o céu primevo que nos antecede.
Discreta
irredutível e desconhecê-la
não
diminui seu reino altivo que nos mede.
O
seu perfil sem mácula acompanha
as
desistências, fugas e pilhagens,
ao
descrever seu arco nas montanhas
e cintilar
no instante das ramagens.
A
luz ensanguentada que nos cobre,
escudo
e gume da inocência, essa,
que
bale entre ruínas e o seu dobre
dolorido
assevera na noite a promessa,
que
brilha, lá no céu do tempo, e transverbera
no
coração que leva essa ferida oculta.
Dimensionar
a vida por aquela estrela e
no
seu facho de luz lavar a alma insepulta.
A dimensão necessária, Mondrongo, 2014.