sábado, 31 de dezembro de 2016

7. 



Dimensionar a vida por aquela estrela,
trilhando o céu primevo que nos antecede.

Discreta irredutível e desconhecê-la
não diminui seu reino altivo que nos mede.

O seu perfil sem mácula acompanha
as desistências, fugas e pilhagens,

ao descrever seu arco nas montanhas
e cintilar no instante das ramagens.

A luz ensanguentada que nos cobre,
escudo e gume da inocência, essa,

que bale entre ruínas e o seu dobre
dolorido assevera na noite a promessa,  

que brilha, lá no céu do tempo, e transverbera
no coração que leva essa ferida oculta.

Dimensionar a vida por aquela estrela e
no seu facho de luz lavar a alma insepulta.

A dimensão necessária, Mondrongo, 2014.