O SANTO ANÔNIMO
Para Carlos Calliga
Para Carlos Calliga
Molda
meu coração, barro insubmisso.
Por
mais que se ofereça é sempre fúria,
pois
há sombrios poços que diviso,
à
beira de mim mesmo, nas funduras.
Molda
meu coração, ex-pedregulho,
que
percorreu parábolas insanas,
atirando-se
contra os próprios urros,
abrindo
abismos dentro da garganta.
Molda
meu coração, argila impura,
com
Tuas mãos de luz, em vaso d’água,
e
aprendo a servir feito quem desfruta
um
sopro de esperança que se alarga.