domingo, 31 de julho de 2016

AGOSTO, É SEMPRE AGOSTO



Agosto, é sempre agosto quando morro,
e doer é um sol que não tem sombra,
clareza negativa sobre as ondas,
que não cabem nas dobras do meu corpo.

Deitado nas areias do que sofro,
o que não digo soa como afronta – 
num dos lados do ser o ser é contra,
e as praias afogadas sem socorro.

Na margem, do outro lado, escuto rogos,
já não sabem Quem é que lhes responda,
e o abismo das vozes se prolonga.
Agosto, é sempre agosto quando morro.