Poema do livro inédito Auto da Romaria.
A PEDRA QUE SOA
Depois
do Cruzeiro,
a
pedra que soa,
e
soa o destino
de
qualquer pessoa.
Quem
bate, quem bate,
e
quem vem bater?
O
medo que dá
é
não responder.
Mas
crendo ou não crendo,
esperam
um sim,
se
a pedra se cala...
vislumbres
do fim.
Subir
para ouvir
(na
árdua subida
perigos
de quedas)
o
sino da vida.
Quem
escutará
–
silêncio da sorte –
a
pedra cifrar
sua
própria morte?
E
sobem e sobem
no
tempo, no morro,
todas
as idades
procuram
socorro.
E
batem e batem
na
rocha cansada,
já
gasta de anos
foi
humanizada.
Sibila
de pedra
só
diz sim ou não.
Soa
dos dois lados
do
meu coração.