Do
livro Auto da Romaria,
que, este ano, sairá pela Editora Mondrongo: http://www.mondrongo.com.br/index.php
CANÇÃO DAS MARGENS
Do romeiro Batista
Meu amor
por essas margens?
Nem sei
onde se alicerça,
mas se eu
digo involuntário
a palavra
não é esta.
Se eu
digo vertigem, fado,
o não
dito me atropela.
Vem de
longe, vem do alto?
Por si
próprio ou chamamento?
Esse amor
tem nome claro
no
invisível continente;
se algum
barco for buscá-lo,
achará
todos os ventos.
Continente
constelado
de ilhas,
naufrágios, idílios,
corsários
de uma linhagem
mais
velha que os velhos ritos,
cercados
do mar alado
– o real
é seu exílio.
Rabiscam
na praia viva
mensagens
lidas nas águas,
ondas sem
idade brincam,
levam o
que não se apaga,
e
desimporta em que língua,
todas as línguas são válidas.
todas as línguas são válidas.