MADRUGADA DOS DIAS DE TODOS OS DIAS
Ela chega de mansinho e me confia
(e como os meus pensamentos vão longe) à sua seiva de
esplendor. Dia após os dias do interstício de vidros circulares no meu quarto eu
retinha o frescor roseado na memória a fortificar os meus pensamentos noutras noites,
prenúncio marcado pela oração de agradecimento ao Senhor pela Luz Acolhedora, Luz
do Mundo: Vida.
Noites.
Guardo aqueles momentos: uma flor no jardim debaixo da minha janela por onde
entrava um perfume de fechar os olhos e imaginá-la... A mesa próxima da janela.
A luminária: luz para as palavras; um papel solto; um lápis. Um poema escrevia,
lia, reescrevia... Perdia-me nas noites métricas terminadas em dias brancos
almofadados pelas nuvens-condutoras alçando-me ao poema perfeito do poeta à Vida:
frescor do tempo...
Quando
o sol chega, aquelas mesmas nuvens alvas almofadadas esvaem-se para o sorriso
azul do mundo receber as tardes, quando se despedem do sol e outra noite chega com
o brilho do lírio branco marcado no quarto, madrugada adentro de todos os
tempos:
Com
você as minhas noites são dias;
O
silêncio chega e os dias são glórias.
Mesmo
sem o verbo, você é toda palavra:
Aurora.
Luiz Bragança de Pina. http://www.andiracomunicacao.com.br/blog/
Aurora.
Luiz Bragança de Pina. http://www.andiracomunicacao.com.br/blog/