A vítima de hoje destes arquivos é
Renato Suttana, poeta, tradutor, ensaísta, com uma produção invejável em
quantidade e qualidade. Duvida? Confira seu site: http://www.arquivors.com e verá que não
exagero. Lá estão informações, poemas, traduções etc., etc., para o leitor
conhecer melhor um dos grandes poetas em atuação, hoje, no Brasil. Do seu
último livro de poesia Rapinário,
2014, Mondrongo (por sinal, uma edição belíssima, aqui: www.mondrongo.com.br), tive a honra de
escrever a orelha. E foi um daqueles casos que o orelhista pediu para
escrevê-la. RS publicou muitos outros livros, mas quero destacar aqui os
que ele publicou pela Sol Negro Edições (aqui: http://www.solnegroeditora.blogspot.com.br/).
Por esta editora, RS publicou suas traduções de Blake, Petrarca e Clark
Ashton Smith, além do livro de poemas Conversa
de espantalhos, 2012. RS publicou também pela Edições
Nephelibata (aqui: http://editoranephelibata.blogspot.com.br/)
suas traduções de Leopardi, Ambrose Bierce e H. P. Lovecraft, além do seu livro
de poemas Outros bichos. Essas duas editoras
fazem um trabalho artesanal incrível em pequenas tiragens (30, 50 a 60
exemplares por vez), um gesto quase surreal se não conhecêssemos o que é manter
uma editora no Brasil.
Abaixo das
perguntas, selecionei alguns poemas de Renato Suttana.
ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé
Nome: Renato
(Nésio) Suttana
Onde nasceu e a data:
Nasci em Barbacena-MG, no dia 18-10-1966.
É casado (a), tem
filhos? Sou casado e tenho uma filha.
Altura: 1,87m
Peso: 96kg
Número dos sapatos: 42
Prato preferido,
bebida e jogo: Gosto de feijão tropeiro (à moda de Minas),
uísque de boa qualidade e antigamente jogava xadrez e damas, mas não jogo mais.
Gosta de cinema,
teatro, quais prefere? Gosto de cinema e teatro. Prefiro cinema, devido
às dificuldades de frequentar teatro na cidade onde vivo. Gosto de todos os
filmes de Orson Welles e tenho paixão por cinema mudo.
Poeta e prosador
preferido: Tenho dois poetas preferidos: Fernando Pessoa e Mário de
Sá-Carneiro (não posso preferir um deles sem desfeitear o outro). Meu prosador
é Graciliano Ramos.
Tipo de música e
músico preferido: Rock'n'roll dos anos 60, 70 e 80 e Bob Dylan. Música
clássica. Atualmente estou enganchado no grande Concerto para Piano nº 1, de
Tchaikovsky.
Qual pintor preferido? Complicou.
Gosto de muitos. Talvez o preferido seja Henri Matisse.
Qual a cor predileta? Não
tenho predileção.
Quando escreveu seu
primeiro texto? Eu diria que em 1982, aos 16 anos. Foi nessa época que
decidi "virar" escritor.
Dos seus livros
publicados qual o preferido e por quê? Meu primeiro livro, Visita do fantasma na noite, porque
definiu muitas coisas para mim sobre o que é ser poeta e sobre o que eu deveria
e poderia escrever depois dele. Tenho brigado muito com esse livro ao
longo dos anos, às vezes me reconciliando com ele, às vezes me arrependendo de
tê-lo publicado.
Se pudesse recomeçar a
vida o que desejaria ser? Seria uma coisa bem diferente do que sou
hoje, ou seja, não seria nem escritor nem professor. Seria um comerciante,
talvez, um acumulador de capital.
Seu principal defeito: Sou
impaciente e obsessivo. Isso me causa muitos problemas.
Sua principal virtude: Tenho
uma certa capacidade de pôr de lado as coisas que não dão certo, fazer uma
higiene mental e começar por outro ponto ou simplesmente não mexer mais com
aquilo.
Coleciona alguma
coisa? Não.
Algum hobby? Planto
orquídeas, num estágio muito incipiente de conhecimento.
Uma ou duas grandes
emoções em sua vida? A festa do meu casamento, em Minas, há 13 anos. E
a primeira vez em que vi, no hospital, o rosto da minha filha recém-nascida.
É crente ou ateu? Estou
mais para a segunda alternativa.
Três livros que
mudaram sua vida ou, se não mudaram, mas tocaram fundo: Todos os poemas, de Sá-Carneiro, da
Editora Aquilar; Angústia, de
Graciliano Ramos; Histórias
extraordinárias, de Poe.
Se pudesse escolher
como gostaria de morrer? Repentinamente e sem dor, claro. Acho que é o
que todo mundo quer.
Do livro Rapinário:
Do livro Bichos:
Do livro Bichos imaginários: