Perto de
completar 72 anos, com uma trajetória literária brilhante, Antonio Brasileiro não para. Previsto para o primeiro semestre
deste ano, o lançamento do seu próximo livro – Lisboa, 1935 (pela incansável e surreal editora Mondrongo*) – corrobora o fôlego e qualidade
desse poeta baiano e universal. Sua obra poética, ensaística, contística e pictórica
é lida, estudada e foi premiada. De sua poesia destaco – para conhecimento do
leitor –: Poemas reunidos, 2005, Dedal de areia, 2006, e Desta varanda, 2011; no ensaio: Da inutilidade da poesia, 2002; no
conto: Memória miraculosas de Nestor
Quatorzevoltas (reunião de novelas e contos), 2013. Aqui, destaco a novela
ou conto longo “Caronte” – é simplesmente imperdível. Enfim... Com você –
Antonio Brasileiro. E tenho dito.
* Não é mero
jogo de adjetivos. O trabalho da Mondrongo é inacreditável.
ARQUIVOS
IMPLACÁVEIS
À maneira de
João Condé
Nome: Antonio
Brasileiro.
Onde
nasceu e a data: Ruy
Barbosa, BA, 15/06/44. (Gostaria que a cidade tivesse um de seus antigos nomes.
Escolhi “Matas do Orobó”).
É
casado, tem filhos? Casado. 3 filhos.
Altura:
1,72
Peso: 70 kg (peso atual,
pois sempre foi menor que este).
Número dos sapatos: Sapato 40 (tênis 41).
Prato preferido, bebida e jogo: Prato – sem preferência; bebida
– vinho; jogo tênis.
Gosta de cinema, teatro? Quais prefere? Ia a cinema há muito
tempo, e gostava. Agora, quase nunca (mas continuo gostando). Quase nunca a
teatro. Gosto de livrarias.
Poeta e prosador preferido: Poeta – Fernando Pessoa; prosadores – Cervantes (do Quixote), G.
Rosa, Thomas Mann.
Tipo
de música e músico preferido: Músico – Beethoven
e Chopin; também Mahler, Richard Strauss, Rautavaara, outros. Gosto, ouço e
conheço música (erudita), não erudita também: entre os brasileiros, Chico.
Qual pintor preferido? Picasso e Klee. Mas muitos outros (sou pintor).
Qual a cor predileta? Cor: cores. Nenhuma em especial.
Quando escreveu seu primeiro texto? Comecei a escrever aos 11 ou 12 anos. Tanto poesia como prosa.
Aos 14, tinha 5 (sic) romances
escritos. Então, muito influenciado por Machado (Memórias Póstumas) e Joyce (Retrato
do artista quando jovem).
Dos seus livros publicados qual o
preferido e por quê? Livro meu preferido,
prosa: A história do Gato; poesia: Lisboa 1935 (a ser lançado em breve).
Se pudesse recomeçar a vida o que
desejaria ser? Recomeçar a vida: não sei o que gostaria de ser. Talvez melhor resolvido
psicologicamente.
Seu principal defeito: Difícil eu mesmo dizer
qual meu maior defeito. Pensei um pouco... Não sei mesmo dizer.
Sua principal virtude: Creio que tento ser bom ouvinte, busco compreender o outro. (Se
isso já não traz embutido um defeito.)
Coleciona alguma coisa? Agora não coleciono mais não. Embora goste de juntar bregueços,
só por mantê-los por ali, enquanto não desaparecem – tipo canetas vazias.
Algum hobby? Há alguns anos, jogar
tênis (há três anos parei, mas posso retornar).
Uma ou duas grandes emoções em sua vida?
Duas ou três emoções, mas infelizmente
dolorosas, prefiro não registrá-las.
É crente ou ateu? Ateu. Embora não veja
confronto entre as palavras (crente e ateu). Ateu é só não achar que existe uma
força ou coisa “superior”, mas creio ter algo de religião (essas coisas só com
mais explicação).
Três livros que mudaram sua vida ou, se
não mudaram, mas tocaram fundo: Livros que tocaram
fundo: Por que não sou cristão, de
Bertrand Russell; A voz do silêncio,
na versão portuguesa de Fernando Pessoa; Memórias,
sonhos e reflexões, de C. G. Jung.
Se
pudesse escolher como gostaria de morrer? Gostaria de morrer em
paz. Ou seja: sabendo, lá no fundo, que a vida estava realmente realizada. (Mas
agora acho que até caberia mais uma pergunta: que deseja para depois? Bem,
quero ser cremado. E depois? Ser, claro, lembrado. Sempre.
Do livro Poemas reunidos:
Do livro Dedal de areia:
Do livro Desta varanda: