segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Perto de completar 72 anos, com uma trajetória literária brilhante, Antonio Brasileiro não para. Previsto para o primeiro semestre deste ano, o lançamento do seu próximo livro – Lisboa, 1935 (pela incansável e surreal editora Mondrongo*) – corrobora o fôlego e qualidade desse poeta baiano e universal. Sua obra poética, ensaística, contística e pictórica é lida, estudada e foi premiada. De sua poesia destaco – para conhecimento do leitor –: Poemas reunidos, 2005, Dedal de areia, 2006, e Desta varanda, 2011; no ensaio: Da inutilidade da poesia, 2002; no conto: Memória miraculosas de Nestor Quatorzevoltas (reunião de novelas e contos), 2013. Aqui, destaco a novela ou conto longo “Caronte” – é simplesmente imperdível. Enfim... Com você – Antonio Brasileiro. E tenho dito.            
* Não é mero jogo de adjetivos. O trabalho da Mondrongo é inacreditável.  



ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé

Nome: Antonio Brasileiro.

Onde nasceu e a data: Ruy Barbosa, BA, 15/06/44. (Gostaria que a cidade tivesse um de seus antigos nomes. Escolhi “Matas do Orobó”).

É casado, tem filhos? Casado. 3 filhos.

Altura: 1,72

Peso: 70 kg (peso atual, pois sempre foi menor que este).

Número dos sapatos: Sapato 40 (tênis 41).

Prato preferido, bebida e jogo: Pratosem preferência; bebida – vinho; jogo tênis.

Gosta de cinema, teatro? Quais prefere? Ia a cinema há muito tempo, e gostava. Agora, quase nunca (mas continuo gostando). Quase nunca a teatro. Gosto de livrarias.

Poeta e prosador preferido: Poeta – Fernando Pessoa; prosadores – Cervantes (do Quixote), G. Rosa, Thomas Mann.

Tipo de música e músico preferido: Músico – Beethoven e Chopin; também Mahler, Richard Strauss, Rautavaara, outros. Gosto, ouço e conheço música (erudita), não erudita também: entre os brasileiros, Chico. 

Qual pintor preferido? Picasso e Klee. Mas muitos outros (sou pintor).

Qual a cor predileta? Cor: cores. Nenhuma em especial.

Quando escreveu seu primeiro texto? Comecei a escrever aos 11 ou 12 anos. Tanto poesia como prosa. Aos 14, tinha 5 (sic) romances escritos. Então, muito influenciado por Machado (Memórias Póstumas) e Joyce (Retrato do artista quando jovem).

Dos seus livros publicados qual o preferido e por quê? Livro meu preferido, prosa: A história do Gato; poesia: Lisboa 1935 (a ser lançado em breve).

Se pudesse recomeçar a vida o que desejaria ser?  Recomeçar a vida: não sei o que gostaria de ser. Talvez melhor resolvido psicologicamente.

Seu principal defeito: Difícil eu mesmo dizer qual meu maior defeito. Pensei um pouco... Não sei mesmo dizer.

Sua principal virtude: Creio que tento ser bom ouvinte, busco compreender o outro. (Se isso já não traz embutido um defeito.) 

Coleciona alguma coisa? Agora não coleciono mais não. Embora goste de juntar bregueços, só por mantê-los por ali, enquanto não desaparecem – tipo canetas vazias.

Algum hobby? Há alguns anos, jogar tênis (há três anos parei, mas posso retornar).

Uma ou duas grandes emoções em sua vida? Duas ou três emoções, mas infelizmente dolorosas, prefiro não registrá-las.

É crente ou ateu? Ateu. Embora não veja confronto entre as palavras (crente e ateu). Ateu é só não achar que existe uma força ou coisa “superior”, mas creio ter algo de religião (essas coisas só com mais explicação).

Três livros que mudaram sua vida ou, se não mudaram, mas tocaram fundo: Livros que tocaram fundo: Por que não sou cristão, de Bertrand Russell; A voz do silêncio, na versão portuguesa de Fernando Pessoa; Memórias, sonhos e reflexões, de C. G. Jung. 

Se pudesse escolher como gostaria de morrer? Gostaria de morrer em paz. Ou seja: sabendo, lá no fundo, que a vida estava realmente realizada. (Mas agora acho que até caberia mais uma pergunta: que deseja para depois? Bem, quero ser cremado. E depois? Ser, claro, lembrado. Sempre.  


Do livro Poemas reunidos:




Do livro Dedal de areia:

Do livro Desta varanda: