sexta-feira, 15 de abril de 2016
sexta-feira, 8 de abril de 2016
DEZ ANOS
Todos os meus poemas de amor são para Alessandra.
Todos. Foi numa tarde, em oito de abril de 2006, num quarto e sala, no Canela,
em Salvador, que eu reencontrei minha infância na moça branca, enquanto ela
cantava uma música de quando eu era menino. Mas eu não sei dançar. Meu ritmo é
outro, e é com ele que danço com Alessandra. Já dançamos inúmeros compassos, dores
profundas e alegrias tremendas. Ela é o meu Anjo da Guarda em forma feminina.
Cada verso, meu amor, foi uma tentativa de dizer – eu te amo.
LUZ IMPRESSA
Cada fio de luz
que te sustenta
e te arrebata
aos céus das coisas vivas
espelha uma
esperança que me criva
e segundo a
segundo é mais sedenta:
revê-la na
moldura que te isenta
do que fugindo o
tempo não arquiva,
do que ficando é
falsa tentativa
de qualquer
duração por mais atenta.
Revê-la como
agora – luz impressa.
Amando sem
saber, sabendo mudo,
pois quem ama ao
eterno se endereça:
esse lugar, já
sem moldura, estudo e
peço a Deus e te
peço: – a Ele peça –
na outra vida,
nós dois, depois de tudo.
APRENDER PELAS
ARESTAS
Amar
o que no corpo é inconstância
–
a árdua aprendizagem das arestas;
o
que fica depois que nada canta,
ou
canta numa clave mais modesta.
Depois
dessas esplêndidas guirlandas,
que
o corpo nos enreda numa festa;
a
dança começada após a dança;
além
da cama, o corpo sem promessa.
A
luz envelhecendo em Alessandra,
presença
que não cessa quando cessa;
amar
o que no corpo também cansa,
o
que depois do corpo ainda resta.
OUTRA CADÊNCIA
Como
um corpo ilumina o outro corpo
e
o faz, além do nome, ser presença,
respiro
ser real sob o seu lastro,
a
solidão da dor já não dementa.
Tocar
a face das manhãs do mundo:
o
espaço existe quando você entra,
as
coisas são mais coisas existindo,
e
a vida por mais vida se concentra.
Mas
quando a noite amarga nos meus olhos,
quando
a pele da hora se apequena,
e
a sombra em agudeza fere a dor,
afirmo,
além do corpo, outra cadência.
O ROSTO
A
luz do rosto vive por si mesma,
e
faz do corpo um sólido satélite,
em
torno dele se espirala em prece
o
meu olhar cativo da clareza.
No
rosto de Alessandra a luz procede
como
a tarde nas copas da alameda –
o
que perde em clarão ganha em leveza,
e
por mais que se esconda, transparece.
A
luz do rosto pesa as suas perdas,
mas
não permite que a tristeza o enrede;
aninha
no meu olho e o amadurece,
é
chama que modela a sua presa.
quinta-feira, 7 de abril de 2016
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