quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O poeta e editor Walter Ramos fez generosamente estes três banners (gratíssimo, poeta!):





Repassar a obra do poeta, tradutor e ensaísta Wladimir Saldanha é uma alegria. Nos seus três títulos publicados – Culpe o vento, 2014, ed. 7Letras, Lume Cardume Chama, de 2014, ed. 7Letras, e Cacau inventado, 2015, ed. Mondrongo –, o lirismo em língua portuguesa segue enriquecido. Seja no poema curto, no de fôlego considerável, na densidade lírica, ou espraiamento narrativo, WS realiza todos admiravelmente. Sou um entusiasta do seu trabalho. Duvida, leitor incrédulo? Comece pelos poemas abaixo desta postagem e procure os seus livros. O poeta despacha aqui: http://wladimirsaldanha.blogspot.com.br/  Outra alegria é ouvir alguns dos seus poemas musicados pelo caro amigo Sócrates Rocha* (Sim! Vem disco por aí). 

*Quem quiser conferir o último disco do compositor lapense, escute-o aqui:  


ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé

Nome:
Wladimir Saldanha dos Santos, que se prefere apenas Wladimir Saldanha.

Onde nasceu e a data:
Salvador, Bahia, 07 de novembro de 1977.

É casado (a), tem filhos?
Casado, sem filhos.

Altura: 1,80m

Peso: 95kg

Número dos sapatos: 41

Prato preferido, bebida e jogo:

Prato: polvo, de preferência aferventado, como nas casas de pescador, ou no modo ibérico, “à lagareiro” (azeite quente e alho).

Bebida: vinho.

Jogo: nenhum, nunca tive paciência nem atenção suficientes. Aprendi alguns, achei que gostava de xadrez, mas, depois do básico, vi que não.

Gosta de cinema, teatro, quais prefere?

Não frequento nenhum dos dois. Quando gostava de ambos, preferia teatro. Tenho alguns filmes de predileção, mas acho que não guardei de qualquer deles memória tão grata como de algumas peças. Em Salvador, porém, tenho evitado sair à noite: é dangerosíssimo. Sempre gostei de ler teatro.

Poeta e prosador preferido:

difícil! Por razões que ultrapassam as de leitor, sinto-me muito marcado pelo fato de ter tido algum diálogo, embora rápido, com Bruno Tolentino, e outro, bem mais longo e mais próximo, com Lêdo Ivo.Os dois poetas se fundem num coquetel molotov lírico-discursivo-anticoncretista-transcendente.

Lygia Fagundes Telles é minha prosadora preferida, sobretudo a contista.

Tipo de música e músico preferido:

desde o “tango brasileiro” de Nazareth até as gerações pós-bossa nova, gosto do que se convencionou chamar MPB. Prefiro vozes femininas e agudas. Também gosto muito de sonatas para piano e peças para violoncelo, para mim o mais belo som instrumental.

Sem compará-lo com os grandes da música erudita, meu músico preferido é Tom Jobim. Na erudita, ando há um tempo encantado com Debussy, aliás o compositor predileto do próprio Jobim.

Qual pintor preferido?

O nosso José Pancetti me encanta. Mas é difícil saber se o prefiro, quando penso nos impressionistas franceses, ou quando me lembro de uma “noite estrelada” de Van Gogh.

Qual a cor predileta?

Cinza, desde criança.

Quando escreveu seu primeiro texto?

Em torno dos 9 anos, invejando certo Jorge de Lima, que escrevera seus primeiros poemas aos sete, como eu havia lido numa antologia que tínhamos em casa, da José Olympio.

Dos seus livros publicados qual o preferido e por quê?

Culpe o vento, pois é a matriz dos outros dois e do que continua a ocorrer, na minha gaveta e na minha cabeça. Receio que será a matriz de tudo o que eu puder fazer.

Se pudesse recomeçar a vida o que desejaria ser?

Nunca tive outro sonho além da literatura. Apenas gostaria de ter tido menos entraves, sobretudo materiais.

Seu principal defeito:

dizem que é rancor, mas eu acho que é uma saída direta da mágoa à indiferença. “Rancor” é nome impróprio para essa abulia contínua, segura, calada, algo estranha ao nosso povo de grandes expansões. Há um poema de Sully-Prudhomme sobre um vaso de verbenas que trinca, e a rachadura vai silenciosamente dando a volta completa: “Le vase brisé”. Quando entendi que não era rancor, deixei de me cobrar. Arrisco: levasebriseidade.

Sua principal virtude:

de mim para mim, creio que é a perseverança. Para os outros, provavelmente a lealdade, o que pode ser o mesmo.

Coleciona alguma coisa?

Não, o colecionismo exige paciência, escaninhos, catalogações. Sou incapaz disso! Tenho búzios, seixos de praia e pedras não preciosas polidas, mas é tudo bem caótico.

Algum hobby?

Participar do mundo de meus meus gatos, passear com minha cadela; banhos de mar.

Uma ou duas grandes emoções em sua vida?

Ter visto o Rio de Janeiro na perspectiva do mar, aos 11 anos, embarcado no navio em que trabalhava meu avô. Ter visto um espontâneo balé de golfinhos em Fernando de Noronha, com minha esposa. Na primeira vez, tive a percepção de grandeza, de potestade, com aquelas montanhas rochosas brotadas do mar. Na segunda vez, experimentei o que é “chorar de alegria”, coisa sublime, infelizmente vulgarizada pela televisão brasileira.

É crente ou ateu?

Crente. Essa palavra contaminou-se desde Condé até hoje... Tenho uma fé cristã. O menino de colégio de freiras é também fruto de um ambiente muito sincrético; ainda busco um pouso, mas já desconfio que a errância nesse campo seja também algo meu, que toca em minha relação com a poesia.

Três livros que mudaram sua vida ou, se não mudaram, mas tocaram fundo:

Os doze trabalhos de Hércules, de Lobato, como outros do “Sítio”, que me tornaram um leitor.

Os velhos marinheiros, de Jorge Amado, que operou um salto perceptivo.

A rosa do povo, de Drummond, que foi minha cartilha surrada, anotada, emulada.

Se pudesse escolher como gostaria de morrer?

Sei que há mortes terríveis, e bem piores do que essa que vou dizer, mas eu realmente só pediria a Deus para não morrer em queda livre: detesto a ideia.

Do livro Culpe o vento:




Do livro Lume Cardume Chama:


Do livro Cacau inventado:








quarta-feira, 27 de janeiro de 2016



Ao ler o “arquivo implacável”, respondido por Gustavo Felicíssimo, ri muito por sua sinceridade debochada e peito aberto. Aí está o homem que publicou Outros silêncios, 2011, Procura e outros poemas, 2012, Blues para Marília, 2013 e Desordem, 2015 – todos de poesia. Faz um trabalho incrível, juntamente com sua esposa Gisele Soriano, na pequena, valente, digo mesmo surreal, editora Mondrongo. Confira no site: www.mondrongro.com.br. Ano passado, escrevi para a revista Nabuco sobre GF o seguinte: “Para quem convive com o poeta Gustavo Felicíssimo percebe que os seus versos revelam o homem que ele é. Ímpeto honesto, rara franqueza, vontade de melhora, diálogo aberto.” Corroboro o que eu disse. A vítima agora é ele.          
  

ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé

Nome: Gustavo Felicíssimo, mas pode me chamar de O Louco da Mondrongo.

Onde nasceu e a data: sou natural de Marília, uma cidade que nasceu poesia.

É casado (a), tem filhos? Casado pela quinta vez, mas a minha única paixão é a poesia. Já a minha idolatria vai para a minha filha, Flora, a dona do meu cansaço e da minha alegria.

Altura: sou uma centelha de 1,80 m.

Peso: não me peso mais, cansei de iniciar dietas após subir em uma balança.

Número dos sapatos: tenho dois, ambos 41.

Prato preferido, bebida e jogo: o que mais gosto de comer é boceta. De beber é cerveja. Meu jogo é minha vida, uma roleta russa constante.

Gosta de cinema, teatro, quais prefere? Nem cinema nem teatro. Gosto mesmo é da vida. No entanto estou sempre apaixonado pelo filme mais recente que gostei, neste caso é A Coleção Invisível.

Poeta e prosador preferido: o poeta que mais me causa espanto é o Ferreira Gullar, já o Alberto da Cunha Melo é o que mais me causa estranhamento. O meu prosador favorito é um cronista que pouca gente conhece. Triste nação é essa que nunca leu Antônio Lopes. Chega a ser vergonhoso.

Tipo de música e músico preferido: rock and Roll, baby! Que se foda quem não gosta do Marcelo Nova.

Qual pintor preferido? O meu amigo Rafael Pita.

Qual a cor predileta? O verde-azul dos olhos da minha filha.

Quando escreveu seu primeiro texto? Vai fazer pergunta difícil assim lá no inferno.

Dos seus livros publicados qual o preferido e por quê? Blues para Marília, pelas reminiscências, pela emoção nele derramado, e por ter arrancado lágrimas do Sérgio Ricardo, é o meu preferido.

Se pudesse recomeçar a vida o que desejaria ser? Poeta. Mas Deus poderia caprichar um pouquinho mais e me colocar em uma família abastada, para que eu não precisasse bater um prego num mamão.

Seu principal defeito: vá perguntar isso para os meus inimigos e para minhas ex-mulheres.

Sua principal virtude: adorar palavrões.

Coleciona alguma coisa? Histórias. Como aquelas da nossa viagem para Bom Jesus da Lapa. E livros.

Algum hobby? Sempre me dediquei a seduzir mulheres a quem causo uma primeira má impressão.

Uma ou duas grandes emoções em sua vida? Não há emoção maior que a de ver um filho vir ao mundo. Isso basta.

É crente ou ateu? Canalha.

Três livros que mudaram sua vida ou, se não mudaram, mas tocaram fundo: nenhum livro mudou a minha vida, mas vivo a reler tudo de Antônio Lopes, Gullar e Alberto da Cunha Melo.

Se pudesse escolher como gostaria de morrer? Como sonhei um dia. Isso está no poema que segue abaixo:

Morte do Poeta

Talvez eu morra de tanto existir,
talvez um verso me socorra.

E quando passar, é certo,
não seja como um ser abjeto.

Quando eu morrer, à beira mar,
que seja ouvindo o bramido das ondas.

Assim, entre os versos de uma vida
alguma verdade quem sabe se afira.

Quem sabe um poema perdure
e perfure a pele do tempo.

Quem sabe na hora exata o poema
perfeito que não poderei anotar.

Talvez seja um haikai divino,
talvez um soneto fescenino.

O vento deixando no tempo
as palavras trazidas do mar.

Se buscando paz encontrei paisagens,
deixarei uma prece na última tarde.

E montado no dorso do ocaso
levarei, companheira, a saudade.

À filha que tive e muito tenho amado
ficarão os passarinhos nos telhados.

E à mulher que me foi destinada,
um concerto de orquídeas no jardim.

Ficarão as cinzas do que fui
junto aos coqueiros de Olivença.

E junto aos sonhos irrealizados,
aforismos à próxima existência.

Sem que pelas palavras seja revelada,
de mim apenas a natureza restará.

Lembrarão da minha voz grave
contra a sujeira do nosso tempo.

Lembrarão dos passos embriagados
atravessando noites enluaradas.

Se for durante a primavera
terei ouvido a Valsa das Flores.

Terei visto pela última vez
um beija-flor na minha varanda.

Mas se for ao verão, que pena;
não mais as meninas douradas de sol.

Alguns amigos ficarão
como sementes que plantei.

A face leve, embora vivida,
dirá sobre o tempo decorrido.

Em forma etérea olharei meu corpo
confortavelmente estendido na areia.

Direi para mim e para os céus:
como foi bom ter vivido em Ilhéus!


Do livro Blues para Marília:




Do livro Desordem:













segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Perto de completar 72 anos, com uma trajetória literária brilhante, Antonio Brasileiro não para. Previsto para o primeiro semestre deste ano, o lançamento do seu próximo livro – Lisboa, 1935 (pela incansável e surreal editora Mondrongo*) – corrobora o fôlego e qualidade desse poeta baiano e universal. Sua obra poética, ensaística, contística e pictórica é lida, estudada e foi premiada. De sua poesia destaco – para conhecimento do leitor –: Poemas reunidos, 2005, Dedal de areia, 2006, e Desta varanda, 2011; no ensaio: Da inutilidade da poesia, 2002; no conto: Memória miraculosas de Nestor Quatorzevoltas (reunião de novelas e contos), 2013. Aqui, destaco a novela ou conto longo “Caronte” – é simplesmente imperdível. Enfim... Com você – Antonio Brasileiro. E tenho dito.            
* Não é mero jogo de adjetivos. O trabalho da Mondrongo é inacreditável.  



ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé

Nome: Antonio Brasileiro.

Onde nasceu e a data: Ruy Barbosa, BA, 15/06/44. (Gostaria que a cidade tivesse um de seus antigos nomes. Escolhi “Matas do Orobó”).

É casado, tem filhos? Casado. 3 filhos.

Altura: 1,72

Peso: 70 kg (peso atual, pois sempre foi menor que este).

Número dos sapatos: Sapato 40 (tênis 41).

Prato preferido, bebida e jogo: Pratosem preferência; bebida – vinho; jogo tênis.

Gosta de cinema, teatro? Quais prefere? Ia a cinema há muito tempo, e gostava. Agora, quase nunca (mas continuo gostando). Quase nunca a teatro. Gosto de livrarias.

Poeta e prosador preferido: Poeta – Fernando Pessoa; prosadores – Cervantes (do Quixote), G. Rosa, Thomas Mann.

Tipo de música e músico preferido: Músico – Beethoven e Chopin; também Mahler, Richard Strauss, Rautavaara, outros. Gosto, ouço e conheço música (erudita), não erudita também: entre os brasileiros, Chico. 

Qual pintor preferido? Picasso e Klee. Mas muitos outros (sou pintor).

Qual a cor predileta? Cor: cores. Nenhuma em especial.

Quando escreveu seu primeiro texto? Comecei a escrever aos 11 ou 12 anos. Tanto poesia como prosa. Aos 14, tinha 5 (sic) romances escritos. Então, muito influenciado por Machado (Memórias Póstumas) e Joyce (Retrato do artista quando jovem).

Dos seus livros publicados qual o preferido e por quê? Livro meu preferido, prosa: A história do Gato; poesia: Lisboa 1935 (a ser lançado em breve).

Se pudesse recomeçar a vida o que desejaria ser?  Recomeçar a vida: não sei o que gostaria de ser. Talvez melhor resolvido psicologicamente.

Seu principal defeito: Difícil eu mesmo dizer qual meu maior defeito. Pensei um pouco... Não sei mesmo dizer.

Sua principal virtude: Creio que tento ser bom ouvinte, busco compreender o outro. (Se isso já não traz embutido um defeito.) 

Coleciona alguma coisa? Agora não coleciono mais não. Embora goste de juntar bregueços, só por mantê-los por ali, enquanto não desaparecem – tipo canetas vazias.

Algum hobby? Há alguns anos, jogar tênis (há três anos parei, mas posso retornar).

Uma ou duas grandes emoções em sua vida? Duas ou três emoções, mas infelizmente dolorosas, prefiro não registrá-las.

É crente ou ateu? Ateu. Embora não veja confronto entre as palavras (crente e ateu). Ateu é só não achar que existe uma força ou coisa “superior”, mas creio ter algo de religião (essas coisas só com mais explicação).

Três livros que mudaram sua vida ou, se não mudaram, mas tocaram fundo: Livros que tocaram fundo: Por que não sou cristão, de Bertrand Russell; A voz do silêncio, na versão portuguesa de Fernando Pessoa; Memórias, sonhos e reflexões, de C. G. Jung. 

Se pudesse escolher como gostaria de morrer? Gostaria de morrer em paz. Ou seja: sabendo, lá no fundo, que a vida estava realmente realizada. (Mas agora acho que até caberia mais uma pergunta: que deseja para depois? Bem, quero ser cremado. E depois? Ser, claro, lembrado. Sempre.  


Do livro Poemas reunidos:




Do livro Dedal de areia:

Do livro Desta varanda:




Agora, é de responsa. Amanhã, dia 26, Emmanuel Mirdad abrirá os olhos no lançamento do seu mais novo rebento. 


domingo, 24 de janeiro de 2016


Nesta soteropolitana noite de domingo, a vítima da vez é Emmanuel Santiago. Este poeta, tradutor e ensaísta, com apenas um livro, o de estreia, Pavão bizarro, publicado pela editora Patuá, em 2014, chegou chegando, como se diz por aqui. EM despacha nos seguintes blogs: http://pavaobizarro.blogspot.com.br/ e http://antenasdemarfim.blogspot.com.br/ Neles, ele despinta, desborda e deslinda literatura e seus aparatos. Ou não. Um elemento raro na poesia atual, e de difícil realização em qualquer época, é o humor que não descamba para a circunstância ou besteirol puro e simples. EM logra essa proeza. Leia, abaixo, o “Soneto filosofante com chavão de ouro” e comprove.  

ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé

Nome: Emmanuel Santiago.

Onde nasceu e a data: São Lourenço/MG; 13/04/1984.

É casado (a), tem filhos? Sim, há onze anos; não, quer dizer, tenho seis gatos.

Altura: 1,72

Peso: 63 kg

Número dos sapatos: 38, 39, 40 (depende do modelo do sapato)

Prato preferido, bebida e jogo: Sashimi, vinho e RPG (de mesa, com dados, planilhas, essas coisas de nerd).

Gosta de cinema, teatro? Quais prefere? Gosto de filmes, mas não sou fissurado em cinema. Quanto a teatro, sempre morei em cidades do interior, onde a oferta é raríssima, porém, já vi, sim, boas peças de teatro profissional na época da graduação. Aliás, fiz parte, também, de um grupo de teatro amador na faculdade; eu era péssimo, mas valeu a experiência. Gosto de assistir a peças, só que, cada vez menos, curto a logística de ter de me deslocar, estar no meio de um monte de gente estranha etc.

Poeta e prosador preferido: João Cabral de Melo Neto e Machado de Assis.

Tipo de música e músico preferido: Gosto de bossa nova, MPB, hard rock e heavy metal. Meus músicos preferidos são João Gilberto, Caetano Veloso e Marilyn Manson. Provavelmente, minha banda favorita é Led Zeppelin.

Qual pintor preferido? Caravaggio.

Qual a cor predileta?Azul, preto e roxo.

Quando escreveu seu primeiro texto?Aos quatorze anos.

Dos seus livros publicados qual o preferido e por quê?Pavão bizarro, porque é o único.

Se pudesse recomeçar a vida o que desejaria ser?Acho que seria eu de novo, pois, sendo outro ou de outra maneira, eu não poderia aproveitar a experiência de sê-lo, então daria no mesmo. Ou não?

Seu principal defeito: Egotismo.

Sua principal virtude: Disciplina mental.

Coleciona alguma coisa?Atualmente, não.

Algum hobby?Séries de TV.

Uma ou duas grandes emoções em sua vida?Sei lá, não costumo avaliar minha vida pela intensidade das emoções vividas. Prefiro pensar nos objetivos alcançados.

É crente ou ateu?Ateu, mas não tenho me preocupado muito com essas questões ultimamente.

Três livros que mudaram sua vida ou, se não mudaram, mas tocaram fundo: Dos tempos das descobertas literárias: Perto do coração selvagem, de Clarice Lispector; O Evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago; Lavoura arcaica, de Raduan Nassar; João Cabral de Melo Neto: poesias completas (edição da Sabiá).


Se pudesse escolher como gostaria de morrer?Levando o máximo de pessoas junto comigo.

Do livro Pazão bizarro: