sábado, 23 de janeiro de 2016

A vítima de hoje destes arquivos é Renato Suttana, poeta, tradutor, ensaísta, com uma produção invejável em quantidade e qualidade. Duvida? Confira seu site: http://www.arquivors.com e verá que não exagero. Lá estão informações, poemas, traduções etc., etc., para o leitor conhecer melhor um dos grandes poetas em atuação, hoje, no Brasil. Do seu último livro de poesia Rapinário, 2014, Mondrongo (por sinal, uma edição belíssima, aqui: www.mondrongo.com.br), tive a honra de escrever a orelha. E foi um daqueles casos que o orelhista pediu para escrevê-la. RS publicou muitos outros livros, mas quero destacar aqui os que ele publicou pela Sol Negro Edições (aqui: http://www.solnegroeditora.blogspot.com.br/). Por esta editora, RS publicou suas traduções de Blake, Petrarca e Clark Ashton Smith, além do livro de poemas Conversa de espantalhos, 2012. RS publicou também pela Edições Nephelibata (aqui: http://editoranephelibata.blogspot.com.br/) suas traduções de Leopardi, Ambrose Bierce e H. P. Lovecraft, além do seu livro de poemas Outros bichos. Essas duas editoras fazem um trabalho artesanal incrível em pequenas tiragens (30, 50 a 60 exemplares por vez), um gesto quase surreal se não conhecêssemos o que é manter uma editora no Brasil.
Abaixo das perguntas, selecionei alguns poemas de Renato Suttana.   


ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé

Nome: Renato (Nésio) Suttana

Onde nasceu e a data: Nasci em Barbacena-MG, no dia 18-10-1966.

É casado (a), tem filhos? Sou casado e tenho uma filha.

Altura: 1,87m

Peso: 96kg

Número dos sapatos: 42

Prato preferido, bebida e jogo:  Gosto de feijão tropeiro (à moda de Minas), uísque de boa qualidade e antigamente jogava xadrez e damas, mas não jogo mais.

Gosta de cinema, teatro, quais prefere? Gosto de cinema e teatro. Prefiro cinema, devido às dificuldades de frequentar teatro na cidade onde vivo. Gosto de todos os filmes de Orson Welles e tenho paixão por cinema mudo.

Poeta e prosador preferido: Tenho dois poetas preferidos: Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro (não posso preferir um deles sem desfeitear o outro). Meu prosador é Graciliano Ramos.

Tipo de música e músico preferido: Rock'n'roll dos anos 60, 70 e 80 e Bob Dylan. Música clássica. Atualmente estou enganchado no grande Concerto para Piano nº 1, de Tchaikovsky.

Qual pintor preferido? Complicou. Gosto de muitos. Talvez o preferido seja Henri Matisse.

Qual a cor predileta? Não tenho predileção.

Quando escreveu seu primeiro texto? Eu diria que em 1982, aos 16 anos. Foi nessa época que decidi "virar" escritor.

Dos seus livros publicados qual o preferido e por quê? Meu primeiro livro, Visita do fantasma na noite, porque definiu muitas coisas para mim sobre o que é ser poeta e sobre o que eu deveria e poderia escrever depois dele. Tenho brigado muito com esse livro ao longo dos anos, às vezes me reconciliando com ele, às vezes me arrependendo de tê-lo publicado.

Se pudesse recomeçar a vida o que desejaria ser? Seria uma coisa bem diferente do que sou hoje, ou seja, não seria nem escritor nem professor. Seria um comerciante, talvez, um acumulador de capital.

Seu principal defeito: Sou impaciente e obsessivo. Isso me causa muitos problemas.

Sua principal virtude: Tenho uma certa capacidade de pôr de lado as coisas que não dão certo, fazer uma higiene mental e começar por outro ponto ou simplesmente não mexer mais com aquilo.

Coleciona alguma coisa? Não.

Algum hobby? Planto orquídeas, num estágio muito incipiente de conhecimento.

Uma ou duas grandes emoções em sua vida? A festa do meu casamento, em Minas, há 13 anos. E a primeira vez em que vi, no hospital, o rosto da minha filha recém-nascida.

É crente ou ateu? Estou mais para a segunda alternativa.

Três livros que mudaram sua vida ou, se não mudaram, mas tocaram fundo: Todos os poemas, de Sá-Carneiro, da Editora Aquilar; Angústia, de Graciliano Ramos; Histórias extraordinárias, de Poe.

Se pudesse escolher como gostaria de morrer? Repentinamente e sem dor, claro. Acho que é o que todo mundo quer.

Do livro Rapinário:


Do livro Bichos:



Do livro Bichos imaginários: