quinta-feira, 2 de maio de 2013

Surrealismo é isso aí. Não tente entender, pois não quer dizer nada.

A UMA DEUSA
(Atribuído ao poeta Luís Lisboa, do Maranhão)

Tu és o quelso do pental ganírio
Saltando as rimpas do fermim calério,
Carpindo as taipas do furor salírio
Nos rúbios calos do pijom sidério.

És o bartólio do bocal empírio
Que ruge e passa no festim sitério,
Em ticoteios de partano estírio,
Rompendo as gâmbias do hortomogenério.

Teus lindos olhos que têm barlacantes
São camençúrias que carquejam lantes
Nas duras pélias do pegal balônio.

São carmentórios de um carce metálio,
De lúrias peles em que pulsa obálio
Em vertimbáceas do pental perônio.

José Augusto Fernandes, Dicionário de rimas da Língua Portuguesa, Ed. Record, 1984.