segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Trilha sonora de 'Velho Chico' tem Caetano Veloso, Gal Costa, Alceu Valença, Xangai e mais brasilidade

Canções do primeiro álbum da nova novela das 9 destacam influências típicas do país com grande referência nordestina; a escolha foi do diretor Luiz Fernando Carvalho.
Velho Chico, se precisasse ser resumido em uma palavra, seria "esperança". A afirmativa é de Edmara Barbosa, que assina a autoria da nova novela das 9 com o filho Bruno Luperi. E é neste sentido que a nova produção da Globo busca retratar as raízes do país através de sua riqueza cultural e íntima, com a proposta de resgatar o orgulho e a importância de um olhar para as causas do brasileiro. Seguindo a mesma maré, a trilha sonora é recheada de brasilidade, como indica o produtor musical Tim Rescala.
"O Nordeste é o foco. São os toques de um sentimento nacional com características nordestinas. A escolha das músicas foi do Luiz Fernando Carvalho - diretor da novela - e eu apenas dei uma assessoria", revela o profissional. Ele ainda assina o arranjo e a regência de Tropicália, canção gravada por Caetano Veloso e pela Orquestra Sinfônica de Heliópolis, que fará parte da abertura da novela.
Confira abaixo a lista das músicas que vão acompanhar Velho Chico!

Tropicália
Intérprete: Caetano Veloso
Autor: Caetano Veloso

Gemedeira
Intérprete: Amelinha
Autores: Robertinho do Recife e Capinan
Me leva
Intérprete: Renata Rosa
Autora: Renata Rosa
Flor de tangerina
Intérprete: Alceu Valença
Autor: Alceu Valença
Enquanto engoma a calça
Intérprete: Ednardo
Autores: Ednardo e Climério
Veja Margarida
Intérprete: Marcelo Jeneci
Autor: Vital Farias
Como 2 e 2
Intérprete: Gal Costa
Autor: Caetano Veloso
L'Étranger (Forasteiro)
Intérpretes: Thiago Pethit part. Tiê
Autores: Thiago Pethit e Héli Flanders/ Versão: Dominique Pinto e Rafael Barion
I-Margem
Intérprete: Paulo Araújo
Autores: Paulo Araújo e João Filho
Incelença pro amor retirante
Intérpretes: Xangai part. Elomar
Autor: Elomar
Serenata (Standchen)
Intérprete: Chico César
Autor: Franz Schubert, Ludwig Rellstab e Arthur Nestrovski
Pot-pourri Suíte Correnteza - Barcarola do São Francisco, Talismã e Caravana
Intérpretes: Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai
Autores: Geraldo Azevedo e Carlos Fernando (Barcarola do São Francisco), Geraldo Azevedo e Alceu Valença (Talismã), Alceu Valença e Geraldo Azevedo (Caravana)
Triste Bahia
Intérprete: Caetano Veloso
Autores: Caetano Veloso e Gregório de Mattos
Senhor cidadão
Intérprete: Tom Zé
Autor: Tom Zé

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Após longo e tenebroso carnaval, retorno os arquivos implacáveis com Lorena Miranda Cutlak e sua estreia impressionante com O corpo nulo, Mondrongo, 2015. Tive a honra e o prazer de acompanhar um período da trajetória de LMC. Escrevi para a quarta capa do seu livro e transcrevo aqui: “Os poemas deste livro lançam pontes entre os temas e os tempos. Os temas iterativos da Lírica na peleja franca com a época atual e o supratemporal. A anulação do corpo acontece depois de enfrentamentos terríveis. Dor que se desdobra e se transfigura. Não há fugas nem a imanência sufocante da grande maioria dos poetas contemporâneos. Significativamente o penúltimo poema do livro é sobre um tema raro e de difícil feitura: a gestação. Porque LMC sabe que ‘não padece o que não veio à vida.’” Ei-la: 

ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé

Nome: Lorena Miranda Cutlak.

Onde nasceu e a dataBelém do Pará, 30 de junho de 1988.

É casado (a), tem filhos? Muito bem casada com Vitor Cutlak. Mãe de uma menininha de 1 ano e 2 meses chamada Maria.

Altura: 1,64m.

Peso: veja bem, João, eu pari um ser humano há pouco mais de um ano. Ainda há quilos sobrando por aqui. Mas o importante é agradar o marido, e ele gosta!

Número dos sapatos: 37.

Prato preferido, bebida e jogo: doces, sempre, de todos os tipos. Já bebi muito destilado puro nessa vida; hoje em dia, tenho estômago no máximo para um desses drinks enjoativos que mulheres tomam, seguido de antiácido. Passei cerca de um ano viciada em xadrez, depois passou completamente.

Gosta de cinema, teatro? Qual prefere? Gosto de ambos, já fui mais assídua, mas se tivesse que salvar um dos dois naquele dilema do penhasco salvaria o cinema. Porque as melhores narrativas desse nosso aqui-e-agora estão lá, no cinema. É atualmente a arte mais eficaz, unindo complexidade a uma linguagem que repercute no público.

Poeta e prosador preferido: parafraseando Érico Nogueira: deveria dizer Camões e Tolstói, mas digo Bruno Tolentino e Dostoiévski.

Tipo de música e músico preferido: meu tipo de música é Radiohead. O diabo é classificá-lo.

Qual pintor preferido? Não entendo de pintura. Mas aí vou pelo caminho oposto ao que tomo na música: quanto mais realista e menos borrado, melhor.

Qual a cor predileta? Vermelho.

Quando escreveu seu primeiro texto? Sei lá. Na escola, provavelmente.

Dos seus livros publicados qual o preferido e por quê? Publiquei somente O Corpo Nulo. Gosto sinceramente dele, ao menos enquanto não me falta humildade.

Se pudesse recomeçar a vida o que desejaria ser? Eu mesma, com mais juízo e menos preguiça.

Seu principal defeito: preguiça.

Sua principal virtude: senso de responsabilidade; comprometimento. O que, graças a Deus, me salva das garras do item anterior.

Coleciona alguma coisa? Louça suja na pia.

Algum hobby? Hobby é coisa que se faz frivolamente, assim só por fazer, mas com um gostinho pessoal todo especial? Então, não.

Uma ou duas grandes emoções em sua vida? Tudo o que diz respeito a minha filha. Impossível selecionar um único momento.

É crente ou ateu? Católica reconversa após anos dando murro em ponta de faca.

Três livros que mudaram sua vida ou, se não mudaram, mas tocaram fundo: só três? As Horas de Katharina, do Tolentino. O idiota, do Dostoiévski. O terceiro pode ser muitos, não consigo escolher. Talvez a poesia completa do Fernando Pessoa.


Se pudesse escolher como gostaria de morrer? Até antes de me casar, compreendia essa pergunta de forma puramente egocêntrica: como vai ser PARA MIM o momento da minha morte? Vai doer? Vou sofrer do lado de lá? Sem o menor resquício de sentimentalismo e sendo totalmente sincera, hoje afirmo que o que me preocupa quando penso nesse assunto não é mais como vai ser, mas como vão ficar aqueles que aqui precisam de mim. Então, respondendo a pergunta: a morte ideal seria aquela que me levasse antes daqueles que amo, porém sem os deixar desamparados.

Do livro O corpo nulo





quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A poeta, contista e ensaísta Nívia Maria Vasconcellos é amorosa no verso e na vida. Pedro Sette-Câmara, ao escrever sobre ela, disse o seguinte: “NMV fala [...] de algo inapreensível: o amor. [...] o amor é encontrado e, por que não, o agora passa a ser vivido.” O leitor pode comprovar nos seguintes livros: ... para não suicidar, 2006, de contos, reeditado pela Mondrongo em 2015, Escondedouros de amor & outros versos sob a espera, 2008, e A morte da amada & outros poemas rasgados, 2013, também pela Mondrongo. NMV é multi com suas verbalizações, apresentações musicais, parcerias diversas. Conheça mais sobre essa extraordinária feirense aqui: http://www.niviamvasconcellos.com/ 
     
ARQUIVOS IMPLACÁVEIS
À maneira de João Condé 

Nome: (artístico) Nívia Maria Vasconcellos.

Onde nasceu e a data: Feira de Santana, Ba, 26/03/1980.

É casado (a), tem filhos? Ajuntada”, em breve casada, por enquanto sem filhos.

Altura: 1,58, mas juro ser 1,60.

Peso: hoje: 61,5 kg, amanhã não se sabe.

Número dos sapatos: 35 ou 36, depende do modelo.

Prato preferido, bebida e jogo: respectivamente: salmão grelhado com legumes ao vapor; vinho (aprecio também uma boa cerveja, não posso deixar de falar do café e venho me aproximando cada vez mais do uísque); já fui muito boa no futebol, adoro xadrez.

Gosta de cinema, teatro. Qual prefere? Gosto de ambos. Apesar de preferir teatro, tenho ido mais ao cinema, ele tem me oferecido mais contentamento.

Poeta e prosador preferido: poeta: difícil me restringir a um, vou ficar com dois nacionais: Bandeira e Hilst; e um estrangeiro: Pessoa. Mas, nos últimos anos, meus olhos e atenção são de Bruno Tolentino. Prosador: Dostoievsky pesa, mas vou ficar com Guimarães Rosa.

Tipo de música e músico preferido: sou bem eclética musicalmente: Do Jazz, Blues, Bossa, Rock, Soul, MPB à Música Clássica. Tenho ouvido muito Sibelius (Das Booty é o culpado). Adoro Chopin e dirigir ouvindo Janis Joplin é demais. Atualmente, todavia, meu músico preferido é mesmo meu amigo Paul Akenaton.

Qual pintor preferido? Os renascentistas me atraem muito, Van Gogh me intriga, mas quem mais me arrebata mesmo é Caravaggio.

Qual a cor predileta? Vermelho.

Quando escreveu seu primeiro texto? Aos 8 anos de idade, já escrevia coisinhas, mas com consciência literária só lá depois dos 14 anos.

Dos seus livros publicados qual o preferido e por quê? Publicar para mim sempre me traz angústia, aquela sensação que eu estarei dando uma forma definitiva a algo que poderia ser ainda trabalhado... Enfim, para eleger um, diria o inaugural: Invisibilidade. É um opúsculo, com apenas um poema. Pequeno, singelo. Lançado pelo MAC (Museu de Arte Contemporânea de Feira de Santana-BA). Ele é especial, porque representa um acolhimento para mim. Foi através dele que minha identidade de poeta foi sendo reconhecida pelos meus conterrâneos.

Se pudesse recomeçar a vida o que desejaria ser? Desde pequena, eu sempre quis ser cantora e multi-instrumentista. Então, recomeçaria com essas duas habilidades/talentos, mas não queria deixar de ser escritora, agregaria as duas atividades artísticas. 

Seu principal defeito: falta de memória, principalmente de nomes e fisionomias.

Sua principal virtude: gostar muito de ler.

Coleciona alguma coisa? Livros.

Algum hobby? Ler, assistir a filmes em casa e participar de corridas de rua.

Uma ou duas grandes emoções em sua vida? Difícil apenas duas. Entrar pela primeira vez em meu apartamento. Toda vez que chega um livro pelo Correio é uma grande emoção. Mas acho mesmo que a grande emoção da minha vida ainda está por vir.

É crente ou ateu? Crente (questionadora) de formação católica.

Três livros que mudaram sua vida ou, se não mudaram, mais tocaram fundo: tocaram fundo: Livro do desassossego (Bernardo Soares, Fernando Pessoa); Júbilo, Memória, Noviciado da Paixão (Hilda Hilst) e Anulação e outros reparos (Bruno Tolentino), por meio dele conheci Ao divino assassino, poema que me sequestrou por semanas e ainda me detém.

Se pudesse escolher como gostaria de morrer? “com cada coisa em seu lugar”.


Do livro A morte da amada & outros poemas rasgados:



Do livro Escondedouros de amor & outros versos sob a espera: