quarta-feira, 30 de maio de 2012

Um poema do meu amigo José Luis Salles Franco http://agavetaesquizo.blogspot.com.br/ Série que ele chama de "falsos sonetos".

II

Tudo soa falso:
As palavras,
O silêncio de Beethoven,
As valsas de Strauss.

A dança das vozes rodopia,
Os fantasmas, mais uma vez, se cumprimentam.
A infância desaparece no oco da casa.
O tempo fecha portas e janelas.

Não há mais como voltar.
A fotografia nos eterniza para a morte.
Os moinhos não são de vento.

O jogo de amarelinha,
Os caminhos que se bifurcam.
Nada nem ninguém nos salva.