quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Dois poemas inéditos de Claudio Sousa Pereira. Da série Poemas gregos.

I. DE ISMENE A ANTÍGONA

Minh'alma não tem a plena justeza
de encarar a cruzada
de mergulhar na ferida
de lutar por justiça.
Minh'alma tem apenas a total certeza
de soluçar pela perda
de contemplar o fogo
do coração em tua lida.

III. CREONTE, EM SI

Vale mais cumprir os desígnios da ordem
ou ver o risco oculto revelar-se?
O que adianta agora cumprir a palavra
se o imponderável mostra a tua chama?
O que adianta agora o rigor do poder
se vejo sangue e ausência
pela desgraça duplicada?
A velhice em mim não ensinou
a prudência.